Para a menina que tem o Verão no pulso

No horizonte que se atinge com o olhar, o dia encontra o seu fim. O ar enche-se de frio, e já não é possível vislumbrar nenhum vestígio de laranja. Como se o Sol, ao rebentar numa explosão de cor levasse consigo metade do arco-íris. E agora? Depois daquele pôr-do-sol, já nada pode brilhar nos meus olhos, já nada tem o mesmo calor. Não vale a pena bater palmas como no anúncio, ele não volta, e o que restou não me preenche...

E de repente, a Lua. Com o desaparecer da luz, ela revela finalmente a sua beleza. Como um farol brilhante no céu, ela espalha-se, transmitindo a tudo o seu despertar. O mar, outrora negro, mostra agora um resplandecente azul esverdeado. O céu já não se vê negro como breu, mas de um cinzento com toques de azul. As luzes das casas, antes imperceptíveis devido à potente luz do sol, destacam-se agora, reluzentes como pirilampos.

E então, respiro fundo... O que eu procurava não desapareceu com o Sol, apenas se escondeu durante um pouco, para voltar com a Lua. E isto acalma-me. Então o Verão não acabou, está apenas à espera do momento certo para voltar, escondido algures. Do outro lado do mundo, preso no horizonte ou guardado no pulso de alguém...