Monday, February 09, 2009

Da memória

Fala-se muito da relação entre a memória e o cheiro. Que os agentes olfactivos são, dos vários sentidos, os mais eficientes a despoletar memórias. Há até quem use o cheiro na recuperação de pacientes com amnésia. Realmente é facil de perceber que é verdade, e já aconteceu a toda a gente ir pela rua e de repente, sentir um aroma que nos leva de volta para um tempo diferente e um acontecimento específico.
Eu por exemplo, sempre que sinto o cheiro a canela, lembro-me de ajudar a minha avó a fazer o arroz-doce. Ou aquele cheiro enjoativo a tília, que me lembra de ir a caminho do colégio. Lareira a arder é o mesmo que Natal. O cheiro a cera na madeira lembra-me qualquer coisa entre saraus de ginástica, ballet e teatro...

O sabor, é claro, também me lembra muita coisa. Como as batatas Ti-Ti que sabem a praia. Óregãos lembra-me férias de verão. Aletria é os meus anos. Manga é Brasil. Cerejas lembra-me uma viagem ao Porto.

Mas acho que o que para mim é ainda mais específico é a memória associada à audição. Os sons trazem-me as memórias mais inequívocas. É mesmo aquele momento e não outro. Cheguei a essa conclusão no fim-de-semana, depois de ouvir num curto espaço de tempo, várias músicas que me lembram acontecimentos. E por isso, acho que isto vai andar sempre em paralelo: "Grace Kelly", Mika e o Carnaval de 2007; "As 4 Estações", Vivaldi e os almoços de Domingo quando era pequenina; "Contentores", Xutos e o Dia de turma praí do 7ºano; "Pump It", Black Eyed Peas e uma boleia para Entrecampos, a descer a avenida; "Flake", Jack Johnson e a viagem de Madrid para cá no 12ºano, entre muitos, muitos, outros...

E agora, "Ready to Go", Republica e o jantar de despedida da Wi...

1 Alvitres:

às 2:41 PM, Anonymous Anonymous alvitrou...

Ainda hoje, quase cinquenta anos passados, açucar amarelo daquele bem torradinho, me faz lembrar o cais de navios de Lourenço Marques onde me ía despedir de quem vinha para a Metrópole.

 

Post a Comment

<< Home