Fugi.

Fugi.
Não sei para onde, não sei porquê, mas fugi.
Fugi e não tive aquela sensação que se tem quando se foge... pois... também não sei qual... a de fugir sei lá...
...nunca fugi...
Por isso só percebi que tinha fugido quando voltei. Foi estranho. De repente foi tipo: oh! fugi... Mas já tinha voltado.
Nunca me tinha acontecido. Só me aperceber que algo acontece quando acaba.
E também mais ninguém percebeu. Só eu. E depois...
Será que fugi mesmo?
Bem vistas as coisas... Se calhar não fugi.
Não há provas.
Nem eu o sabia.
Pode ter sido invenção minha...
Mas então porque é que acho que fugi?...Não sei...
Já estou baralhada...
Fugi ou não fugi: eis a questão.
Parece-me que é melhor esquecer... não chego a lado nenhum...
Se fugi ou não, também não me interessa.
Já não quero saber.
Fica o assunto da fuga, encerrado.
...
...
...
...
...Olha...
Agora é que fugi.