Monday, March 09, 2009

V - Consciência

Estou consciente. Sou consciente.

O que é que isso quer dizer efectivamente?

Estar consciente refere normalmente para um estado desperto, alerta. Isso estou. Por acaso hoje de manhã ainda custou um bocado a acordar. Mas estou consciente.
No entanto, não posso dizer que estou consciente de tudo, e muito menos que sou consciente. Porque até que ponto é que podemos efectivamente reconhecer a nossa sabedoria sobre todos os factores que determinam as acções? Porque é o que eu acho que é estar consciente. Ora, isso nunca estou. Pouca capacidade de planeamento? Acho que não. Mas existe sempre um espectro dedicado ao acaso, sobre o qual não é possível agir.

Ter consciência de tudo acaba por ser um bocado prever o futuro. O que é possível para pequenos intervalos de tempo e coisas específicas e mesmo assim nem sempre resulta. Posso prever que daqui a um minuto vou estar ainda a escrever ao computador, o que é bastante provável, mas posso espirrar nessa altura e a previsão falhou.
Bem, se calhar o facto de reconhecer que todas as situações estão de algum modo ligadas ao acaso, dá-me uma visão abrangente das coisas e torna-me consciente... hummm...
Mas chega de filosofias que ainda me sai uma ignorantia ergo conscientia...

Acho que se pudesse ter a tal "consciência previsora de futuros possíveis", mesmo assim não a quereria. Os seres humanos não estão equipados para ser oráculos de toda a sabedoria, porque é isso que implica. Os míticos videntes não são conscientes, pois vêem os fins e não os meios e aí é que reside o comum dilema: agir e precipitar os acontecimentos ou esperar e ver algo acontecer que podia ter sido evitado? A consciência analisa os meios e tira conclusões sobre os fins, vem do conhecimento.

Ai...que coisa tão eloquente... e consciente...
Eu não tinha consciência de que este post se ía tornar um texto tão metafísico.
Tenho agora consciência do facto de que fora aquelas coisas chatas de ter de decorar o que é que fulano tal disse sobre este e aquele assunto, até gostava de Filosofia. E das aulas de Filosofia. Principalmente aquelas com fadinho...
Quando comecei isto, não tinha de todo consciência de que as minhas galochas me íam levar a reflexões tão profundas (por mais catitas que sejam).

Também não tenho consciência de quando é que vou conseguir parar de utilizar frases que não tenham a palavra consciência, depois deste post...

Sou uma jovem "inconciente". E fica isso para exame de consciência...

Labels:

1 Alvitres:

às 4:56 PM, Blogger Jane alvitrou...

e dps há aqueles como a Claire que sabem os meios e os fins e acabam por não conseguir mudar nada a mesma...

e por mim, voto na inconciência!! ... pode ser?

 

Post a Comment

<< Home